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Artigo: O CAFEZINHO NOSSO DE CADA DIA


O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de café, mas o brasileiro, na maioria, não toma o melhor, isto é do conhecimento de todos. É coisa do passado aquele cafezinho feito de grãos conhecidos, torrado e moído em casa. Hoje temos as indústrias de torrefação que cuidam dessa tarefa, mas nem sempre sabemos o que tem dentro daquele saquinho ou daquele tijolo retangular, a embalagem do café a vácuo.

Realmente, o que tem dentro daquelas embalagens? A resposta para isto seria simplesmente, café. Parece fácil esta resposta. Mas será que é só café. De que tipo? Alguns expressam 100% arábica, outros nem isso afirmam. Você já se questionou: por que para certas marcas o pó rende e para outras não? Também já se perguntou como foi torrado, qual o processo usado, qual a qualidade do grão? Isto geralmente não passa pela cabeça das pessoas. Simplesmente temos a atitude mecânica de comprar num supermercado ou na padaria ou na mercearia aquele produto de uma marca que acostumamos, ou confiamos ou ainda pelo preço mais acessível. Isto não quer dizer que estamos tomando um café com qualidade. Tomamos apenas café, uma bebida escura com sabor e aroma variados.

Começando pelo grão, há diversas variedades de cultivares e as pesquisas em melhoramento genético buscam culturas resistentes às pragas, ao clima, e um nível ótimo de produtividade. Até aqui tudo bem! Mas na hora da colheita começa o dilema para aquele que vai beber o produto. Há várias maneiras de colher, seja mecanizada, seja manual, desde os grãos maduros, secos, verdes retirados no pé àqueles colhidos no chão onde já sofreram os ataques de insetos (broca), já degradaram pela umidade, pelos processos de secagem e de armazenamento. Sem falar da presença de fungos causadores de doenças. Mas podemos ainda justificar, por tudo isto os outros alimentos também podem sofrer. Correto! Talvez em grau maior ou menor. Como o nosso assunto é café, não vamos entrar neste mérito. A verdade é que a maioria do povo brasileiro não bebe um café cujo grão seja de boa qualidade, embora existam no mercado produtos de alta qualidade, mas que não estão acessíveis a grande parte da população.

Nas regiões brasileiras onde o café é cultivado ainda se podem encontrar melhores condições na qualidade da bebida, porém, isto não pode ser dito para as outras regiões. Mesmos assim, há um volume considerável de grãos de qualidade inferior circulando nas regiões produtoras e que se dissipam para as demais regiões. Os grãos que chegam para esta maioria são quebrados, brocados, ardidos, murchos, e logicamente, uma parcela de grãos intactos e de boa aparência. O preço é a definição. Além disso, a maioria dos cafés é composta de misturas de